Meu corpo se revela
Meu corpo se rebela:
revela irritado
o que não gosta
e se queixa de mim
algoz involuntário
enredado em correntes
que o apertam
e que porém mais apertem,
tal vez,
o coração.
Ou será o coração
que aflito procura
o socorro do hospedeiro
e lhe pede,
calmo e sábio,
que relaxe e saiba
apenas relevar,
deixar pra lá?
Porque o filósofo ja disse:
o homem sábio não espera...
Noi Mafiosi
Noi mafiosi
siamo
prima de tutto
fedele alla famiglia
e quando diventiamo vecchi
facciamo de conta
che siamo consiglieri
e non lavoriamo piú.
A vida escoa...
A vida escoa
resvala
se esvai
nas mãos da pressa
atrás do nada.
Se há nada no fim
me devolve essa vida
que já perdi
afoito à toa.
Se no final há Deus
minha lentidão feliz
caminha à sua procura.
De repente eu
De repente
eu
tão só
grão de areia
sem outro Deus
sem outro outro
sem mais o quê
tão só
sozinho
eu.
Medo, Angústia, Tristeza
Medo
angústia
tristeza
velhos camaradas
voltam à guarida
mas eu conheço tanto
tanto a sua intriga
que os recebo gentil
nesta visita.
Depois
fica a morada da alegria
o encontro com meu Deus
que iluminado
mora dentro de mim
e em mim se aninha.
O Brasil me dá ternura
O Brasil me dá ternura
porque terno é seu povo abandonado
terno o negro
terno o índio
terno o branco
terna a paisagem de todas as cores
terna a esperança nunca abandonada.
Sonhei o tempo
Sonhei o tempo
no devaneio do porvir
e agora que ele veio
posso finalmente desfrutar
da borboleta azul.
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Enrodilhado
Enrodilhado num canto
me protejo
e deixo que a vida
faça seu papel.
Enrodilhado num canto
me protejo
e deixo que a vida
faça seu papel.
Quebrar O Casulo
Quebrar o casulo
expandir-se à vontade
no leito do universo
sentir a vida
no devir do devaneio
na entrega sem fim
do aqui e do agora
ao encontro de mim
comigo à toa.
expandir-se à vontade
no leito do universo
sentir a vida
no devir do devaneio
na entrega sem fim
do aqui e do agora
ao encontro de mim
comigo à toa.
Mirar Em Mim
Mirar em mim
eis o alvo
está aqui
apenas eu.
Pra que outros alvos,
espelhos, espirais ou labirintos?
Mais nada a conquistar,
tão só a aventura de viver.
eis o alvo
está aqui
apenas eu.
Pra que outros alvos,
espelhos, espirais ou labirintos?
Mais nada a conquistar,
tão só a aventura de viver.
Miro em mim
me disparo
e o alvo é uma espiral em movimento
um túnel sem fim
serpentina irresistível
eu e a vida
flecha e alvo
disparados no espaço
juntos
se amando apaixonadamente.
e o alvo é uma espiral em movimento
um túnel sem fim
serpentina irresistível
eu e a vida
flecha e alvo
disparados no espaço
juntos
se amando apaixonadamente.
Procurei Meu Alimento
Procurei meu alimento
em sonho alheio
sem saber ver o pão
que eu mesmo amasso
o corpo escancarou seu desespero
e o âmago doeu de tanto espanto.
Desde que nasci me soube ateu
sem direito à missa que eu mereço
escondendo de mim que o Messias...
era eu mesmo.
Mas hoje eu posso celebrar
tão sagrado e tão humano
meu ritual no altar da vida
ministrando assim solene
minha própria Eucaristia.
em sonho alheio
sem saber ver o pão
que eu mesmo amasso
o corpo escancarou seu desespero
e o âmago doeu de tanto espanto.
Desde que nasci me soube ateu
sem direito à missa que eu mereço
escondendo de mim que o Messias...
era eu mesmo.
Mas hoje eu posso celebrar
tão sagrado e tão humano
meu ritual no altar da vida
ministrando assim solene
minha própria Eucaristia.
sábado, 14 de maio de 2011
Vidas Paralelas
As vidas paralelas não se tocam
mesmo no infinito
são firmes, retas, incorruptas,
mas não deixem saber uma da outra
que de tão certas
ficarão tortas
e de tão claras virarão feras
até acabarem tolas.
mesmo no infinito
são firmes, retas, incorruptas,
mas não deixem saber uma da outra
que de tão certas
ficarão tortas
e de tão claras virarão feras
até acabarem tolas.
As Brumas de São Paulo
As brumas de São Paulo
tecem uma rede de névoas
e eu,
amarrado na cruz de Santiago,
vejo tímidos e difusos brilhos além dela.
Condenado ao sacrifício
não consigo desatar os nós da minha cruz ladra,
à esquerda de Deus homem.
tecem uma rede de névoas
e eu,
amarrado na cruz de Santiago,
vejo tímidos e difusos brilhos além dela.
Condenado ao sacrifício
não consigo desatar os nós da minha cruz ladra,
à esquerda de Deus homem.
Decidi o mergulho...
Decidí o mergulho
me apostei no precipício
e a vertigem foi inevitável.
Ah! que tontura,
que medo,
algo me empurrando,
algo me detendo,
mas um braço mais forte
me soltou no vazio
e até agora estou caindo.
Cairei para sempre
porque finalmente descobri
que em realidade é um vôo
e eu feito cometa de papel
me entrego ao infinito.
me apostei no precipício
e a vertigem foi inevitável.
Ah! que tontura,
que medo,
algo me empurrando,
algo me detendo,
mas um braço mais forte
me soltou no vazio
e até agora estou caindo.
Cairei para sempre
porque finalmente descobri
que em realidade é um vôo
e eu feito cometa de papel
me entrego ao infinito.
Ecos dos Brilhos
Ecos dos brilhos,
dos olhos, dos jogos,
dos mesmos meninos,
dos lances, dos sonhos,
das luzes, dos ninhos,
dos cantos, dos outros,
dos nossos antigos
e tantos tão loucos
amores perdidos,
afetos saudosos...
Cadê meus queridos,
onde foram todos?
Como amar o tempo,
se ele vai embora
e apenas reflexos
turvos na memória
me acudem sem nexo
para reencontrar
o amigo perdido,
o amor escondido
que eu não soube amar.
Agora no aqui,
aqui no agora,
só é cantando
que posso esperar,
talvez pela vida,
talvez pela morte,
não sei qual talvez.
Talvez nem talvez.
Se sinto saudades
de não ter amado,
só resta é mesmo
partir ao contrário
e sair amando
até não agüentar.
Porque isto é a vida:
amar, ser amado,
viver sem cansaço
a arte sem par,
de dar sem pedir
e pedir sem dar.
Oh! Minha vida!
Como foi difícil
descobrir o ar,
respirar bem fundo
e poder suspirar
a saudade e o pranto,
o encontro, afinal.
Final de um começo,
processo sem fim,
descoberta aberta
de como ir e ir
sem chegar ao nunca.
Só viver, bailar,
em fim....
dos olhos, dos jogos,
dos mesmos meninos,
dos lances, dos sonhos,
das luzes, dos ninhos,
dos cantos, dos outros,
dos nossos antigos
e tantos tão loucos
amores perdidos,
afetos saudosos...
Cadê meus queridos,
onde foram todos?
Como amar o tempo,
se ele vai embora
e apenas reflexos
turvos na memória
me acudem sem nexo
para reencontrar
o amigo perdido,
o amor escondido
que eu não soube amar.
Agora no aqui,
aqui no agora,
só é cantando
que posso esperar,
talvez pela vida,
talvez pela morte,
não sei qual talvez.
Talvez nem talvez.
Se sinto saudades
de não ter amado,
só resta é mesmo
partir ao contrário
e sair amando
até não agüentar.
Porque isto é a vida:
amar, ser amado,
viver sem cansaço
a arte sem par,
de dar sem pedir
e pedir sem dar.
Oh! Minha vida!
Como foi difícil
descobrir o ar,
respirar bem fundo
e poder suspirar
a saudade e o pranto,
o encontro, afinal.
Final de um começo,
processo sem fim,
descoberta aberta
de como ir e ir
sem chegar ao nunca.
Só viver, bailar,
em fim....
domingo, 10 de abril de 2011
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
FANTASIAS MATERIAIS
As fantasias materiais:
sonhos impossíveis
condenados pesadelos
que dependem do real
O devaneio sem rumo:
sonho possìvel
porque imaterial
real no espiritual
calmo
sem destino
QUEM ESTÁ LIVRE DA ILUSÃO?
Quem está livre da ilusão
ou da esperança?
(Mais bem presos)
Elas nos amarram
na procura de alcançar
o prescindível.
O que me basta
é meu limite
e está aquém da minha ilusão.
NÃO POSSO PARTIR...
Não posso partir
sem desvendar o desamparo.
Desde o privilégio desta vida,
eu que proclamo o desapego,
como posso me entregar
ao estômago sem ar?
A POESIA ESTÁ NA PRAÇA
A poesia esta na praça
encontrei-a no play-ground
das almas se divertindo.
EU SOU É 8!
Eu sou é 8
obssessivamente 8
perfeitamente 8
Eu + minha preguiça = 8
completamente 8
nada mais me falta
nada mais eu quero
nem menos
(E ela, tadinha, tem síndrome de Down)
VOCÊ SABE...
Você sabe
sou ingênuo
naïf
ando pela vida nu
apenas me protege
meu amor por ti.
As fantasias materiais:
sonhos impossíveis
condenados pesadelos
que dependem do real
(e do $ Real)
O devaneio sem rumo:
sonho possìvel
porque imaterial
real no espiritual
calmo
sem destino
(e sem despesa)
aquece a alma.QUEM ESTÁ LIVRE DA ILUSÃO?
Quem está livre da ilusão
ou da esperança?
(Mais bem presos)
Elas nos amarram
na procura de alcançar
o prescindível.
O que me basta
é meu limite
e está aquém da minha ilusão.
NÃO POSSO PARTIR...
Não posso partir
sem desvendar o desamparo.
Desde o privilégio desta vida,
eu que proclamo o desapego,
como posso me entregar
ao estômago sem ar?
A POESIA ESTÁ NA PRAÇA
A poesia esta na praça
encontrei-a no play-ground
das almas se divertindo.
EU SOU É 8!
Eu sou é 8
obssessivamente 8
perfeitamente 8
Eu + minha preguiça = 8
completamente 8
nada mais me falta
nada mais eu quero
nem menos
(E ela, tadinha, tem síndrome de Down)
VOCÊ SABE...
Você sabe
sou ingênuo
naïf
ando pela vida nu
apenas me protege
meu amor por ti.
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